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A batata-doce (Ipomoea batatas) é uma cultura de extrema importância para as comunidades de agricultores familiares de Sergipe. No ano de 2009, o Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju (SE), recebeu amostras de plantas de batata-doce com manchas e podridão nas porções das ramas próximas do coleto (base das plantas próximas ao solo) provenientes de área de produção de batata-doce do Estado. Foi então diagnosticada a doença conhecida como mal-do-pé da batata-doce causada pelo fungo denominado Plenodomus destruens. Este fungo ocorre preferencialmente na base da planta, provocando uma podridão que anela a rama e interrompe a absorção de água e nutrientes. À medida que a cultura se desenvolve, observa-se grande quantidade de material vegetal seco e ramas com folhas murchas ou amareladas (Clark e Moyer, 1988) e a produção é severamente afetada.

Quando o fungo ocorre na fase de estabelecimento da cultura, as plantas murcham e amarelecem, mas parte das ramas atacadas pode sobreviver absorvendo água e nutrientes por meio das raízes adventícias, porém não produz raiz comercial. Quando o ataque ocorre mais tardiamente, as ramas emitidas pelas plantas sadias recobrem toda a superfície. Com isso, torna-se difícil identificar a ocorrência da doença, cujos danos somente são percebidos por ocasião da colheita (Silva et al., 2008).

Rama da batata-doce com sintomas da doença denominada
mal-do-pé causada pelo fungo Plenodomus destruens

O início da doença na lavoura se dá pelo uso de ramas sementes contaminadas oriundas de lavouras doentes ou ainda obtidas em viveiros contaminados. A partir das ramas doentes desenvolvem-se as estruturas do fungo na base da planta, onde se produz grande quantidade de esporos que são disseminados principalmente por respingos, contaminando outras partes da planta, porém não desenvolvendo aí as manchas. Portanto, a ramas podem permanecer aparentemente sadias, se tornando fonte de inóculo para novos plantios. O fungo é também disseminado pela incorporação dos restos da cultura, permanecendo no solo por vários anos (Silva et al., 2008; Lopes e Silva, 1993).

A principal medida de controle desta doença deve ser feita pela prevenção, ou seja, evitando a entrada do fungo da área da lavoura. Para tanto, se deve utilizar para o plantio ramas sementes provenientes de plantas sadias. Assim o agricultor deverá ter bastante cuidado com a procedência das ramas que vai utilizar para o plantio. O ideal é que ele mesmo construa seu viveiro de plantas matrizes livres de qualquer sintoma de doenças. O local de formação da lavoura deve ser escolhido de forma cuidadosa, evitando-se áreas onde o mal-do-pé já foi detectado. Nestes casos deve-se proceder ao arranquio e queima de plantas doentes e fazer rotação de culturas por dois ou três anos, preferencialmente utilizando gramíneas. A cultivar “Princesa” apresenta os melhores níveis de resistência para esta doença. 

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Remi Bastos
09/04/2014 09:49:06
Prezada Colega Viviane,

Em atenção a sua matéria sobre o mal-do-pé causado pelo fungo Plenodomus destruens, gostaria de acrescentar algumas informações relacionadas a ocorrência do mesmo nos cultivos de batata-doce, sobretudo, no município de Itabaiana/SE.
Em 1992, um clogega Engenheiro Agrônomo obteve do Centro Nacional de Hortaliças/Brasília/DF, aproximadamente mudas(ramas) de 6 ou 7 cultivares desta convolvulácea para testar em Itabaiana no sistema de Unidades de Observação. Dias depois, quando as mudas já estavam no campo, viajei ao CNPH onde tive a oportunidade de ver o mal-do-pé em batata. Posteriormente, já em Sergipe, quando das minhas visitas costumeiras aos lotes de produtores irrigantes, visitei a coleção de batata, onde pude identificar eu uma das cultivares procedentes do CNPH, o mal-do-pé. De imediato solcitei ao colega que estava conduzindo os trabalhos, a eliminação daquela cultivar. Todo material foi arrancado e jogado ao longo da Unidade de Observação. Alguns produtores por desconhecimento colheram algumas ramas e efetuaram o plantio definitivo, uma vez que em Itabaiana as ramas não são obtidas ou passam por viveiros. Então foi assim que o Plenodomus destruens, agente do mal-do-pé da batata-doce se estabeceu nos solos dos perimetros irrigados de Itabaiana.

Aracaju/SE, 09/04/2014.

Att.,

Remi Bastos/Eng°. Agrônomo/COHIDRO.

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